Olá.
Nunca pensei ter que falar deste tema, mas venho partilhar, para o caso de haver mais alguém que tenha passado pelo mesmo.
Nos meses de Julho e Agosto, estamos sempre em Portugal em casa da minha mae, onde os meus filhos desde 2020 (o Henrique) e 2021 (a Gabriela) vao a uma escola privada, em que nesses meses só fazem atividades de verao.
Estou muito satisfeita com as turmas dos 1 aos 6 anos, onde esteve o Henrique (desde os 3 anos) e a Gabriela (desde que tinha 1 ano).
Acontece que a partir dos 6-7 anos, da primária, a escola nao tem nada, e os meninos passam para a escola pública. Na minha terra nao há escola privada a partir dessa idade.
Entao essa escola tem, há muitos anos, um ATL, para que os meninos quando saem da escola, possam ficar lá até os pais os irem buscar.
E esse ATL funciona também nestes meses de verao com atividades, do meu ponto de vista, muito giras e interessantes (inclusivé piscina).
Pareceu-me linear, colocar lá o Henrique.
Basicamente ele chegou, onde já estavam miudos que já vinham do ATL ao longo do ano letivo.
Mas que nao sao apenas os miudos que vinham da turma da escola privada.
Neste ATL já abrem inscriçoes a todos os que queiram (público).
Ao fim da primeira semana, notámos que ele estava muito mais irrequieto, mais rebelde.
Na segunda semana, começámos a achar estranho, até porque nos desafiava em demasia, começou a dar-nos respostas tortas, mesmo à portuguesa, e que em nossa casa nós nunca as dizemos. Vocabulário muito fora do normal.
Todos os dias nós perguntamos se correu tudo bem, se gostou, etc.
Mas começámos a aprofundar muito mais as perguntas, a dar a volta aos temas, e começou a contar-vos que lhe batiam lá dentro.
Pontapés (muitos) na pilinha, no rabo, empurrar, etc.
Na piscina metiam-lhe a cabeça dentro de água.
E começámos a perceber muitas mais coisas.
Primeiro que ele estava a normalizar e a aceitar esses comportamentos.
Ele é dos que apanha, mas nao responde.
Defende os agressores, dizendo-nos sempre que eles nao fizeram com intenção.
Diz que se queixa às professoras/auxiliares que chamam à atençao aos miudos, mas que só na proxima é que ficam de castigo.
E contou-nos outros episodios que nos deixaram em choque, apesar de eu saber que infelizmente é a realidade em muitas escolas.
Percebemos que estao misturados miudos dos 7 aos 14 anos, porque nao têm turmas suficientes, entao sao os mais velhos que sao os piores.
Podem levar tablet/telemovel, para durante 30 minutos por dia, terem aulas de "Internet com segurança", mas um dia chegou a casa e contou que um miudos pôs um video "de um pai a dar beijinhos nas maminhas de uma mãe"! !!!
Ou entao que na fila para comerem atiram-se uns para cima dos outros, cospem, e atiram com os pacotes de leite para cima.
Enfim.... uma selvajaria, que nao se compreende como deixam estas coisas acontecerem.
Entre outras coisas que lhe fizeram igualmente más.
Acho que já dá para terem uma ideia do ambiente....
Outra coisa que me fez confusao é que os pais ficam à porta quando vao deixar ou buscar os filhos.
Coisa que nao acontece nas outras instalçoes de infantil, em que te abrem a porta e te dizem, "entre e vá lá buscar-la".
Nos primeiros dias eu entrava "à descarada" porque estou habituada a isso seja no infantil seja em Espanha. As portas estao sempre abertas.
Aqui ficam incomodadas, e para alem disso, de manha quando o ia deixar, as pessoas que o recebiam nem um sorriso lançavam.
Sempre de trombas e cara fechada.
Até percebermos a gravidade da situaçao, fizemos queixas, falámos com todas, mas ele chegava a casa e voltava a contar historias.
Até que um dia, chego à piscina para busca-lo e a professora teve uma atitude que me fez desconfiar logo no primeiro segundo....
Alto e bom som, numa grande festa, à frente de todos, o Henrique levanta-se para vir ter comigo e ela "Entao henrique, hoje correu tudo bem, nao foi?".
Logo aqui fiquei desconfiada.
O miudo levanta-se nem a olha, vira costas, diz "sim, sim, sim" e vai embora.
2 metros à frente, começa a contar o que passou no balneário.
Coisas que nunca me foram negadas pelas professoras.
Aí foi a gota de água, e nunca mais foi.
Dá-me a entender que devem tentar calar os miudos.
Queixa diretamente à direçao da escola, que agora quer uma reuniao comigo.
Será para a semana, mas pondero, e aqui pergunto-vos a vocês por nao sei mesmo.... isto tem material para uma queixa na polícia?
Nao faço idea na verdade.
Enfim....
Agora temos um miudo ainda muito rebelde.
Temos muito trabalho pela frente.
Muitas vezes, reage muito mal aos "Não". Quando é contrariado.
Na semana passada fomos 8 dias para a praia e houve muito momentos dificeis, de por exemplo estragar as brincadeiras que estávamos a fazer em família.
Responde muitas vezes torto à irmã, como se mandasse nela, coisas que antes nunca fazia.
Ao mesmo tempo aida tem os seus momentos de doçura, de - já nao menino - rapaz controlado.
Está muito, mas muito palhaço.
É uma mistura dos 7 anos, com o que viu e passou nessas semanas.
Agora está em casa, já há tempo, e ficará até começar a escola em Setembro.
Como me dizia a madrinha dele, mais importante que as atividades, é a convivência, que é isso que ele recordará no futuro.
E ali sao só maus exemplos.
O comportamento que ele apresenta é a forma dele lidar com o stress e as agressões que foi sofrendo. É normal face ao que experienciou. Tens de ter muita paciência. Eu penso que com o tempo tenderá a diminuir a agressividade contra vocês e a irmã.
Já conversaram com ele e deixaram claro que o inscreveram no ATL porque pensavam que era um sítio seguro, e que se soubessem que ele ia ser vítima de agressão por parte do colegas nunca o teriam lá deixado. É muito importante para a criança ter uma espécie de pedido de desculpa por parte dos pais.
.
Em relação à polícia eu não sei, mas existe certamente uma entidade responsável a qual DEVEM contactar. Isso que relatas é MUITO MAU! Deves fazer queixa, sim.
O comportamento que ele apresenta é a forma dele lidar com o stress e as agressões que foi sofrendo. É normal face ao que experienciou. Tens de ter muita paciência. Eu penso que com o tempo tenderá a diminuir a agressividade contra vocês e a irmã.
Já conversaram com ele e deixaram claro que o inscreveram no ATL porque pensavam que era um sítio seguro, e que se soubessem que ele ia ser vítima de agressão por parte do colegas nunca o teriam lá deixado. É muito importante para a criança ter uma espécie de pedido de desculpa por parte dos pais.
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Em relação à polícia eu não sei, mas existe certamente uma entidade responsável a qual DEVEM contactar. Isso que relatas é MUITO MAU! Deves fazer queixa, sim.
Sim, temos falado com ele, nao pressionando em demasia, mas quando vemos que é um bom momento para voltar a falar dos temas.
Acima de tudo, e que ele fez muito bem, em nos contar tudo o que lá se passa.
Também tivemos atençao a ver se nao distorcia as coisas, que ele é um miudo muito criativo, mas depois nao eram negadas pelas professoras..
E olha que até devias dar a conhecer ao público o que lá se passa. Se é assim tão mau como referes, deves publicar nas redes sociais para que os outros pais saibam o que lá se passa.
Já dei, mais ou menos, assim por privado, mas cheguei à conclusao de que nao deve ser so de agora.
Por outro lado, tenho reuniao com a direção na proxima 2f, por isso quero esperar para ouvir o que têm para me dizer.
De qualquer modo, as duas unicas opçoes para mim sao muito graves:
1) a direçao sabe, e já sabe há tempo, e nada muda
2) as coisas acontecem e a direçao nao sabe.
Vamos esperar até para a semana.
Olá...
A minha filha mais velha andou no privado até ir para o 1º ciclo e tenho a dizer que levei um choque de realidade.
O comportamento dela começou a ser tal e qual como descreve do seu filho, mas como ela sentiu muito o nascimento da irmã eu andava a dar esse acontecimento como "desculpa".
Até que comecei a perceber que secalhar o problema não estava só nisso, até porque a irmã já tinha 1 ano e meio... resolvemos levá-la à psicóloga (o melhor que fizemos), com a ajuda conseguimos chegar à origem do problema e eram exatamente esses comportamentos que existiam na escola.
Reunimos com a direção e tenho a dizer que neste caso sabia e desvalorizava, sendo considerado normal os miúdos baterem-se e chamarem nomes... não entendo nem aceito esta normalização.
Durante o verão ela andou no ATL e andou super tranquila, quando começou o novo ano letivo e voltou à escola, ao fim de uma semana começou a vir super revoltada de novo. A solução para nós passou em transferir de escola (pública também mas nada a ver com a outra), que felizmente conseguimos na freguesia do bem dito ATL, sendo que já tinha amigos lá e passou a frequentar o ano inteiro.
Infelizmente não consigo compreender esta "normalização" de maus comportamentos, mas depois do que vi percebo de onde vêm as notícias sobre crianças com 12 e 13 anos com comportamentos incontroláveis.
Convém formalizar a queixa por escrito na direção, para que fique o registo, expor o sucedido e aguardar a ver o que respondem.
Tanto acontece no privado, como no público, infelizmente há más direções e más pessoas quer de um lado, quer do outro. Por vezes até é pior no privado, porque o rácio aluno-funcionário é superior.
Quanto ao comportamento do Henrique, dá um tempo a ver como reage e se melhora, "saindo" do contexto negativo em que estava, deverá voltará ao normal dele.
Olá...
A minha filha mais velha andou no privado até ir para o 1º ciclo e tenho a dizer que levei um choque de realidade.
O comportamento dela começou a ser tal e qual como descreve do seu filho, mas como ela sentiu muito o nascimento da irmã eu andava a dar esse acontecimento como "desculpa".
Até que comecei a perceber que secalhar o problema não estava só nisso, até porque a irmã já tinha 1 ano e meio... resolvemos levá-la à psicóloga (o melhor que fizemos), com a ajuda conseguimos chegar à origem do problema e eram exatamente esses comportamentos que existiam na escola.
Reunimos com a direção e tenho a dizer que neste caso sabia e desvalorizava, sendo considerado normal os miúdos baterem-se e chamarem nomes... não entendo nem aceito esta normalização.
Durante o verão ela andou no ATL e andou super tranquila, quando começou o novo ano letivo e voltou à escola, ao fim de uma semana começou a vir super revoltada de novo. A solução para nós passou em transferir de escola (pública também mas nada a ver com a outra), que felizmente conseguimos na freguesia do bem dito ATL, sendo que já tinha amigos lá e passou a frequentar o ano inteiro.
Infelizmente não consigo compreender esta "normalização" de maus comportamentos, mas depois do que vi percebo de onde vêm as notícias sobre crianças com 12 e 13 anos com comportamentos incontroláveis.
Eu também nao consigo aceitar.
Nem consigo perceber como aceitam estas coisas.
Acredito que passe em públicas e em privadas. E todo o lado há professores bons e os menos bons, e os maus.
Também nao ponho as maos no fogo por todos os professores do privado.
Mas felizmente na escola dos meus, estas coisas nao sao permitidas.
(de qualquer modo depois de esta experiencia, vou estar MUITO mais alerta e desconfiada!).
Dá-me vontade de chorar so de pensar em quantas crianças sofrem violencia todos os dias e nao se conseguem defender.
Enfim... muito triste
Convém formalizar a queixa por escrito na direção, para que fique o registo, expor o sucedido e aguardar a ver o que respondem.
Tanto acontece no privado, como no público, infelizmente há más direções e más pessoas quer de um lado, quer do outro. Por vezes até é pior no privado, porque o rácio aluno-funcionário é superior.
Quanto ao comportamento do Henrique, dá um tempo a ver como reage e se melhora, "saindo" do contexto negativo em que estava, deverá voltará ao normal dele.
Espero que sim, já se vê uma pequena diferença no vocabulário e nas respostas dele, mas ainda está muito contrariado.
Espero que a ida para a escola também vá ajudar.
Tal como foi aqui dito a queixa deverá ser por escrito. Deverá perceber quem é a entidade patronal das funcionárias, pois tanto podem ser da autarquia como de alguma instituição contratada para assegurar esse serviço durante as férias escolares. Após reunir com a direcção da escola e, no caso de não ficar satisfeita, pode sempre, caso exista, falar com um representante da associação de pais e com o superior hierárquico dos colaboradores do ATL. Se forem da autarquia, apresente uma queixa escrita na divisão de educação da câmara municipal.
Que tudo volte ao normal.
Meu Deus que dó, a ler essa parte das agressões ao seu filho Não sei como reagiria se fosse com a minha.
Fez muito bem em falar e agora ir ter a reunião, eu também como sou, dou a volta a tudo mas não deixo passar uma.
Como é que há profissionais a trabalhar com crianças e serem assim.
É muito revoltante uma situação destas.
Agora é com o tempo que ele vai acalmando e vai "esquecendo" coisas que vivenciou.
Que corra tudo bem!