Bom dia a todas.
Escrevo por aqui, porque é o único refúgio que tenho neste momento e preciso mesmo de ler opiniões/pontos de vista da minha situação.
Sou casada há 11 anos e mãe de um menino de 3.
Sempre me dei bem com o meu marido, embora ele fosse uma pessoa diferente de mim, mais calma e mais reservada. Foi a única pessoa que tive na minha vida, seja no campo sexual/emocional.
Há cerca de dois anos, conheci uma pessoa, por quem nutri um carinho e cumplicidade, tendo inclusivamente saído durante vários meses com essa pessoa. O meu marido nunca soube.
Com isto, naturalmente negligenciei o meu casamento e até tempo com o meu filho, pois abdiquei de muitos jantares em casa para estar com a outra pessoa sempre com desculpas esfarrapadas. O meu marido aguentou muito, durante um ano e meio, coisa que admito que eu não seria capaz.
Em Agosto ele chegou ao ponto de saturação dele. Eu, como o vi naquele estado a querer terminar o casamento, foi como se tivesse feito um click na minha cabeça e visto todo o mal que fiz e que o resto não passava de uma ilusão. Terminei imediatamente tudo com a outra pessoa e decidi ter uma conversa franca e pedi perdão ao meu marido.
Chegados ao dia de hoje, eu estou uma pessoa melhor do que era antes (mais compreensiva, atenciosa, encaro o casamento com outra seriedade que nunca encarei), no entanto o meu marido ainda continua a digerir a situação (e compreende-se, não há milagres de um dia para o outro).
Ele diz que quer lutar pela relação, e que no dia que achar que não é mais possível é o primeiro a dizer-me. No entanto, a forma como ele me tem tratado tem-me feito sentir muito mal, ele sente que me tem “na mão” e que lhe fui “pedir batatinhas” e que “ando com o rabo entre as pernas” – expressões dele e acaba por ter uma postura arrogante e até autoritária na maioria das vezes. Eu compreendo que ele esteja muito ferido, sei que teremos um longo caminha de reconstrução, mas começo a questionar-me se tenho de me “sujeitar” a certas coisas só porque errei, assumi e corrigi os meus comportamentos?
Ainda por cima descobri que ele tem uma amizade mais empática com um colega de trabalho, tendo até andado a anotar o aniversário do filho dela…comprou até um presente que trouxe escondido no carro…e não sei, talvez por arrependimento, acabou por não dar e deu o presente ao nosso filho, e desculpou-se com mentiras para mim (mas eu nunca abri o jogo que sabia do presente). Bem sei que nada se compara ao que eu fiz, embora ele não saiba, mas terei de aceitar tudo e mais alguma coisa porque errei?
Confrontei-o com a colega, de ele poder andar iludido ou com outra ao que ele responde: se andasse iludido ou se quisesse outra, depois de tudo o que aconteceu, não estava ainda a tentar resgatar o casamento.
Eu tento acreditar, mas sinceramente passo a vida desconfiada com tudo o que ele faz…insegura, sinto-me mal comigo mesma…sinto-me na mão dele…até ele decidir se é possível ou não.
Que me aconselhariam a fazer?
Obrigada a quem ler e responder.
Esqueci de referir: ele diz que ainda me ama e a nossa vida sexual, por exemplo, até estar melhor que nunca...a questão que ele tem dúvida se consegue ultrapassar é a forma como se sente magoado e como isso o faz sentir em relação a mim... mas se conseguimos ter parceria para estar na mesma casa, ter momentos de intimidade, cuidar do nosso filho em conjunto, acabo por ficar confusa onde está a dúvida dele...
Olá,
Se o seu marido descobriu a situação em agosto, passaram-se 3 meses desde a descoberta (ou pelo menos desde a confrontação) e lamento informar que 3 meses não chegam nem de perto para processar uma traição. Normalmente fala-se em ANOS (2 a 5 anos é o período que a maior parte dos terapeutas e pessoas que passaram por isso indicam), por isso, se quiser recuperar o casamento, ainda terá muito pela frente, com muitos altos e baixos. O mais certo é que as coisas ainda piorem muito antes de melhorarem, à medida que o seu marido encaixa o que aconteceu e é confrontado com a sua nova realidade.
Neste momento, passou menos tempo desde que terminou a sua relação com o outro, do que o tempo que efetivamente passou com ele e a desrespeitar o seu marido. Mas a Inês já se afirma como uma pessoa melhor e já sente que se está a sujeitar ao enfrentar as consequências daquilo que fez... Acho que poderá beneficiar de umas leituras sobre o tópico porque a própria Inês também ainda não caiu bem na realidade.
Aconselho que seja totalmente honesta consigo própria e com o seu marido, se continua a esconder coisas relativamente ao seu passado, não conseguirão evoluir.
Obviamente que o comportamento do seu marido, nomeadamente a relação mais próxima que está a criar com outra mulher, também não está certa para ninguém, no entanto a Inês é que abriu as portas do seu casamento e perdeu o direito a exigir-lhe fidelidade. Mas claro que não é obrigada a continuar com ele.
Lamento que se encontrem nesta situação e desejo-vos força para encontrarem o vosso caminho.
Obrigada a quem respondeu.
Só uma ressalva: Ele não descobriu a traição, pelo menos até à data de hoje.
Também nunca lhe irei contar, pois considero que ele já sofreu quanto bastasse, mesmo que acabemos por nos separar, não lhe quero contar e passar mais um sofrimento para cima... a não ser que ele descubra por si...isso já não posso controlar.
Pelo que entendo, ele não sabe da traição... só sabe que andou uns meses a desleixar o casamento e a família.
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O melhor será mesmo terapia de casal, mas não me parece que vá resultar no seu caso visto que não é honesta na totalidade, nem consigo, nem com o seu companheiro. A história da colega de trabalho, não são projeções da sua mente? Visto que a Inês sim, traiu.
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Não sei se isto será naive da minha parte, mas valerá mesmo a pena estar num casamento assim? 
Pois... sendo que não pretende ser honesta não vejo grande solução para vós. Mesmo sem saber o que se passava, o seu marido já se sentia tão mal tratado e menosprezado que se pretendia divorciar. Provavelmente uma parte dele sabe que algo não bate certo e isso impede-o de confiar em si.
Não me parece que terapia de casal seja correto pois irá estar lá constantemente a mentir e a basear a terapia em falsos pressupostos. Terapia individual para si, sim. Acho que ainda tem muito trabalho pela frente, está longe de se ter tornado muito melhor pessoa como afirma. Parece-me que ainda tem a sua visão bastante toldada pelo que vivenciou nos últimos anos.
Pessoalmente não consigo recomendar nada que não envolva contar a verdade, mas dependerá dos seus valores enquanto pessoa e daquilo que pretende para a sua vida. Pense mais nisso e menos no resultado final do seu casamento.
Há qualquer coisa que não faz sentido nenhum... teve de pedir perdão porque descuidou o casamento e ele ficou muito ferido e agora ele usa isso a seu favor? Está nas mãos dele por isso? Ele não sabe se consegue ultrapassar e "está a digerir a situação"? Contou-lhe o quê?
Vejam se há amor e hipótese de serem felizes, se os dois querem a vida que têm, se houver, conversem e tentem recomeçar.
Inês, acho sinceramente que se está a enganar a si mesma. Diz que teve uma conversa franca com o seu marido (mas não foi realmente assim tão franca uma vez que não lhe disse a verdade…) e pouco depois diz que reconheceu os seus erros (mas a verdade é que não o fez perante ele…). Toda a vossa relação está a ser construída em cima de uma grande mentira e para ser sincera, acho que mais do que não querer magoar o seu marido (que eu até entenderia), não quer é que ele a deixe e é por isso que não lhe diz que o traiu, assim como só reagiu quando ele pediu o divórcio. No fundo, a Inês não mudou nada. Continuou a fazer o que queria até o seu marido ter dado o murro na mesa, e quanto mais tarde ele o tivesse feito, mais a Inês deixaria a situação dupla continuar. Isto não é mudar, Inês. É simplesmente não ter tido outra alternativa: ou estava mais presente para a família ou o casamento acabava. E para estar mais presente para a familia, tinha de acabar a outra relação que também não era propriamente sincera. No fundo, não teve escolha.
E a questão aqui é que suponho que o seu marido não seja estúpido. Não digo que ele desconfie de uma traição (não o conheço, não faço ideia) mas sabe com certeza que não está a ser totalmente sincera (falaram da « origem » do seu afastamento? Procuraram soluções? Que mais mentiras teve de inventar?). Se eu me puser no lugar do seu marido e imaginar o meu marido a ausentar-se um ano e meio, a magoar-me tanto com as suas ausências e mentiras, ao ponto de eu querer o divórcio, não é com um pedido de desculpa e 3 meses de maior presença que tudo vai ficar bem. Porque ele teria quebrado a confiança que eu tinha nele e eu teria demasiado receio de se baixasse rapidamente a guarda, ele voltar a fazer o mesmo, desligando-se da família. Ele teria de me provar que estava realmente arrependido, que tinha de facto planos futuros, teria de me explicar muuuito bem porque sentiu essa necessidade de se afastar, e provar-me de facto que estava investido a sério e não « apenas a tentar ».
No mínimo, Inês, pense assim: demorou pelo menos um ano e meio a tentar perceber se queria ficar com o seu marido ou não, desprezando-o enquanto não se decidia. Dê-lhe a oportunidade de ter o mesmo tempo, as mesmas dúvidas, as mesmas reacções….
Olá,
Esqueça o que eu disse acima. Esqueça a terapia de casal porque não vai resultar. Não vai resultar porque a inespereira4433 não foi mulherzinha o suficiente para admitir a traição. Apenas admitiu que tinha negligenciado o casamento e o filho (o que quer que isso seja...). No fundo, no fundo, quer salvar a sua pele... Se é para admitir erros, admite-se tudo, não metade. Ao ir para a terapia de casal vai estar a criar mais mentiras para esconder a traição. O seu marido não merece isso.
Agora imagine, o seu marido consegue perdoar a "negligência no casamento" e daqui a uns tempos sabe por portas e travessas que afinal houve traição? o que é que acha que vai acontecer? pede desculpa de novo? e depois? como é que fica o seu marido? mais uma desilusão?
Se realmente quer ser honesta e decente, conte tudo. Tudo mesmo. O seu marido merece isso. Depois sim, começar do zero, se possível. Se não for possível, paciência. Aprenda com o erro, siga para a frente.
Agora como é que conseguiu olhar para a cara do seu marido durante 1 ano meio sabendo que o estava a trair? Já nem falo da situação com o seu filho...
Lamento, mas se veio aqui para lhe passarem as mãos pelas costas da minha parte não vai ter. Não consigo. Para mim honestidade acima de tudo, e isso é coisa que a inespereira4433 não tem.
Gaba
Inês,
Como disse a GABA não foi verdadeira com o seu marido. Eu prezo a lealdade acima da fidelidade, alias na minha relação sempre pedi lealdade porque sem confiança não dá mesmo.
O seu marido merece a verdade, se acha que o vai perder devido a traição deveria ter pensado nisso antes de avançar com essa maluquice. Erros todos nós os cometemos, a diferença e o que nos faz corrigi-los é admitir o erro e só depois é que conseguimos seguir de cabeça erguida.
Vai ter sempre a sombra da traição na sua vida.
A minha mãe foi traída e eu tenho trauma de traições devido a isso, demorou mas ela perdoou o meu pai. Foram anos complicados mas ela decidiu perdoar e tentar novamente e hoje são felizes sem sombras que os possam retrair de algo.
A base disso foi a verdade, foi o meu pai ter contado tudo. Se isso não acontecesse eles hoje não estariam juntos.
Se vai sofrer? vai...
Conte tudo e dê tempo ao seu marido para dirigir e decidir. Se ele quiser terminar o casamento está no direito dele, se quiser tentar tenha paciência e aí sim, façam terapia de casal porque vão precisar.
Em qualquer decisão que tomar boa sorte.
Mas lembre-se que mais vale sofrer agora contando a verdade do que andar uma vida inteira a sofrer com uma mentira que a atormenta
Acho muito curioso dizer-se desconfiada e o título que escolheu ser crise no casamento.
Quando iniciou um relacionamento extra conjugal e continuou com essa situação durante mais de um ano até ser confrontada com um ultimato de divórcio, tudo estava a ser controlado por si e isso era suficiente.
A crise é ter de lidar com a possibilidade do seu marido não ser fiel, de ter de lidar com o ressentimento de algo que ele até nem sabe realmente a verdade.
Vou ser dura, mas pediu opiniões: não merece fidelidade, não merece confiança, não merece ser tratada com respeito quando não é fiel, não é uma pessoa de confiança e não trata com respeito o seu marido. As suas ações têm consequências, se não consegue lidar com o ressentimento do seu marido é porque não tem consciência do que fez e de como a traição magoa.
Parece-me que há muita irresponsabilidade emocional e egoísmo na forma como vive e como expõe a situação.
Tem pouca consideração pelos sentimentos dos outros e ausência de responsabilidade em arcar com as consequências.
Lamento, mas a mim dá-me vontade de rir ao ler o seu relato.
Desejo é que o menino seja poupado de possíveis discussoes e dessas conversas mais acessas.
Os miudos compreendem perfeitamente quando um casal nao está bem. E custa-lhes presenciar-lo.
Sem dúvida carlabrito,
Tenho pena da criança. Só espero que os pais não discutam à frente dele. Houve uma altura em que os meus pais discutiam muito e essa é uma das situações que eu nunca me hei-de esquecer. Hoje em dia está tudo bem com eles, felizmente.
Infelizmente a inespereira4433 não levou o casamento com a seriedade que esse passo exige, como a própria autora diz "encaro o casamento com outra seriedade que nunca encarei".
Quando não se tem a intenção de assumir um compromisso, não se assume. Não tem mal nenhum. Hoje namora com um, depois namora com outro... se não quer namorar, arranja um amigo com benefícios... agora casar... não...
Meteu-se nesta situação e deverá arcar com as consequências. É mau para o marido, mas ainda é pior para o filho em comum. Deveria ter pensado nisso primeiro.
Gaba
