Gravidez após abortos

Olá! Eu escrevi-lhe um diário até ao nascimento. Ajudava-me muito pensar nela, visualizá-la, e escrever o quanto a desejava e queria que corresse bem. Efetivamente quando começamos a sentir, a nossa ansiedade melhora um bocadinho. Força, não é fácil, mas tem tudo para dar certo✨

Eu tive uma IMG às 14semanas do meu 3o bebé, decidi entregar à vida se teria outro filho ou não. A vida quis que tivesse. A estratégia que usava era sentir-me grata por poder estar a gerar outra criança, tinha prometido à minha menina pequenina que não seria um marco negativo, nem um peso, uma sombra nas nossas vidas.
Havia os momentos de aflição, de ansiedade, mas de uma forma geral tentei sempre acreditar que não me voltaria a acontecer o mesmo e permiti-me ser feliz.
Até acho que foi "mais louca" naquela gravidez, perdi os filtros todos, era capaz de dançar na rua 😀
Pense que este bebé merece o melhor de si, merece a sua tranquilidade.

ola, compreendo a tua ansiedade. tive 3 perdas gestacionais. neste momento estou com 27 semanas de gravidez havia mil duvidas e receios. cada consulta/ ecografia havia um misto de alegria e medo.
Neste momento só resta confiar que vai correr tudo bem, já falta pouco para começar a sentir a sua menina a mexer e ai vai acalmar a ansiedade.

Olá, Cristina. Sei perfeitamente o que estás a passar. Estou também grávida, de mais 3 dias que tu, e depois de ter passado por 4 perdas.
Até às 14 semanas vivi com bastante ansiedade e medo, ao ponto de não conseguir dormir. No entanto, ajudou-me ter uma obstreta compreensiva com a minha situação que me deixa ir ter com ela todas as semanas para fazermos uma ecografia só para ver se está tudo bem. A minha ansiedade diminuiu bastante. Comprei também um aparelho para ouvir o coração do bebê no AliExpress e todos os dias consigo ouvir, o que é bastante tranquilizante. Há dias que demoro mais tempo a encontrar a pulsação, mas não stresso muito com isso. Lá vou procurando quase milímetro a milímetro,e com o aparelho ao ouvido, e acabo por encontrar.
Espero que corra tudo pelo melhor ❤️

"dou comigo a evitar comprar o que quer que seja por, inevitavelmente, ter medo que algo aconteça novamente"
Eu so comecei a comprar às 23 semanas. Tem muito tempo para tratar nisso. No primeiro trimestre nao li, nao procurei, nao fiz absolutamente nada; depois da eco das 13 semanas ate às 23 semanas fui pesquisando na net (ex: ovo, carrinho,...) e apontando uma lista de coisas para comprar mas so comprei mesmo às 23.

" A ansiedade é sempre muita, embora acalme um pouco após cada ecografia ou consulta pré-natal, mas depois reinicia o "sufoco" até a seguinte... Sinto que vivo à espera da próxima ecografia ou consulta para ver a minha filhota. Mal posso esperar por começar a senti-la para conseguir acalmar-me um pouco."
O mesmo comigo; andava a fazer ecos de 2 em e ou 3 em 3 semanas no privado. So quando ela se mexeu bem a partir da eco do 2º trimestre é que acalmei. agora sinto-a todos os dias e estou muito mais descansada.

"Estou numa psicóloga há algum tempo que me ajuda mas mesmo assim é dfícil." tambem foi super importante para mim e continuo la.

Força nisso.

É normal ter medos e ansiedade e isso não tem mal nenhum, tente é equilibrar as emoções. Se há momentos de muito medo, também tem de haver outros para a aproveitar o seu bebé.
Às vezes pareço muito poética, mas sou super realista, eu que as coisas me podem acontecer a mim, sei que as coisas acontecem, eu vivo diariamente com casos, eu conheço problemas, consequências, dificuldades, dores, etc, mas também sei que não controlamos nada na vida a não ser aquilo que pensamos e as energias que queremos passar e transmitir.
Dizia muitas vezes: se me voltar a acontecer, eu quero olhar para este bebé e saber que dei o melhor de mim, que a família e amigos pensaram nele, que todos o conhecerem e souberam da sua existência. Como iria eu deixar um filho partir e ninguém saber da sua existência?! Não, aproveitei muito.
É normal ter medos, mas faça também um esforço para aproveitar, nem que seja nos dias da ecos, celebre a vida, aproveite bem.

Cristina Fi. escreveu:

Obrigada a todas pelo vosso apoio <3 ! Por mais compreensão que haja no seio familiar, há sempre momentos em que me sinto sozinha na minha ansiedade e é bom ler os testemunhos de quem está ou esteve numa situação idêntica à minha ou que, de alguma maneira, consegue entender mais a fundo. Já sei que quando tiver a minha menina nos braços vou ter pena de não ter usufruido deste caminho com mais calma e alegria mas infelizmente não há nenhum botão para desligar a preocupação. Deve ser também isto o amor de uma mãe.

Olá, por aqui também estou no mesmo barco, faço amanhã 7 semanas, antes desta gravidez tive dois abortos. No meu caso consigo estar mais calma porque... Bem tenho de explicar para que se entenda
Desde os meus 19 anos que sofro de arritmias, tenho taquicardias, normalmente em crises de ansiedade, de momento estou em fila de espera para fazer a ablação, mas tomo diazpam para controlar as crises de ansiedade. Em ambas as últimas duas gravidezes tive taquicardias, em ambas teve de ser revertido no hospital por meio de medicamentos, um dos quais o Concor. Segundo o cardiologista e obstetra, não terá sido essa a causa, mas depois de muita investigação encontrei um artigo científico sobre o medicamento, não há testes em humanos, e em animais pode provocar aborto, bradicardia, entre outros no feto. Então desde essa altura que tomo o diazpam, que me ajuda imenso com as crises de ansiedade. Por outro lado, assim que soube que estava grávida fui logo ao privado, ao médico que me seguiu no publico na última gravidez, tinha 4 semanas e 5 dias, mas como estava com corrimento acastanhado, já estava assustada. Dessa consulta conseguiu-se ver o saco gestacional, muito pequenino, e concluiu-se que o sangramento que pudesse ter seria por ter o colo do útero muito friavel. Entretanto o médico mandou-me ir ter com ele ao hospital no domingo passado para ver como estava a evoluir, e conseguiu-se ver um saco com uma boa vesícula vitelina e um embrião com batimento cardíaco que deu para ver mas não para ouvir. Então o médico mandou-me voltar lá no domingo que vem para ver se já se consegue ouvir. É realmente muito importante termos um obstetra com este nível de sensibilidade, porque assim evita toda a espera (e quem espera desespera).
Além de estar a tomar medicação de prevenção como o progefik e injeções de heparina.
Quanto a ultrapassar o medo, acho que não se consegue até termos o nosso bebé nos braços, pode conseguir-se controlar, eu por exemplo tento preencher os meus dias com coisas que me distraiam a cabeça, procuro esquecer-me de que estou grávida ( o que é difícil com tanto enjoo).
Boa sorte para si, e para todas nós que navegamos as mesmas águas.