Separação com bebé recém nascida | De Mãe para Mãe

Separação com bebé recém nascida

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18 mensagens
Alexandra Valbom -
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Desde 17 Out 2019

Olá a todas, escrevo este tópico no sentido de perceber o que se passa na minha cabeça e se sou eu ou se a vida me pregou esta partida da separação.
Estamos juntos há 18 anos e temos um menino com 4 anos e uma bebé com 6 semanas e ambos os nossos filhos foram fruto de infertilidade, duas TEC.
Não temos ajuda, mãe num lar com demência, pai e sogros falecidos, com exceção da minha cunhada que vive longe. Quando a menina nasceu a minha cunhada veio para "ajudar". Mas, é uma pessoa muito intromissiva e muito facciosa, o irmão tem razão em tudo e ainda fala mal de mim nas costas. Eu sei porque já fui alertada por outras pessoas, bem como já vi mensagens entre os dois que comprovam isso.
Mas, bem dou vos exemplos: fui ao centro de saúde e foi me dito que a menina estava amarelada, que devia ficar junto a uma janela. Saí e quando voltei estavam os estores para baixo, abri as cortinas e expliquei que tinha de apanhar sol. De noite estava eu na cozinha e o meu marido e cunhada na sala e oiço a dizer que já podia descer os estores porque já tinha acabado o solário e os dois a rirem. Outra ocasião foi o sobreaquecimento, a menina dorme num saco de dormir e ainda a foram tapar com uma manta porque achavam que estavam frio, mesmo eu tendo explicado o risco do sobreaquecimento. Desta vez por termos o pequeno o meu marido não ficou comigo na maternidade e eu trouxe alguns recados porque os guidelines teriam mudado desde há 4 anos. Eu não aguentei dar de mamar, fiz cesariana e a minha filha macerou me por completo os mamilos, decidimos eu e o pai que o melhor secar o leite na maternidade. Do primeiro tive uma mastite sem nunca ter conseguido dar de mamar e tentei de tudo e, quase que dei em louça. Assim, decidimos que se não fosse prazeiroso desta secava no imediato. A minha cunhada parece que até ficou contente porque assim podia dar o biberão e ela também não teve leite. Ora, não partilhamos a mesma genética... O meu marido não me defende, antes pelo contrário diz que eu sou paranóica, leio demasiado e que a vida não é uma linha reta, que as mulheres dos amigos não são paranóicas como eu e que se todas fossem como eu era a loucura.
Ontem fui à consulta de pós parto e não fiz qualquer diagnóstico físico porque a OB percebeu o estado mental em que eu estava e esteve a ouvir me e ainda me disse que neste momento é tudo o que menos preciso e que se pensa muito nos bebés e pouco na saúde mental das mães.
Cheguei a casa e contei isso ao meu marido, desvalorizou um pouco, depois de me ver chorar lá veio dar miminhos, como ele diz. Disse me para irmos passear e apanhar sol. Mas, quando eu tentei explicar o porquê do meu estado de espírito, começou a defender a irmã e que eu sou má. A vida do meu marido segue, ainda no outro dia, somos do Algarve, ele foi ver o Benfica ao estádio, dá treinos de basquetebol 3 x por semana, mais os jogos aos fds e pediu a irmã para vir ajudar e eu tenho de aceitar tudo.
Já nos agredimos muito verbalmente e eu perdi a cabeça e tapei lhe a boca para não estar a dizer tantas asneiras, mas como ele tinha a menina ao colo acusa me de violência doméstica...
Não me vejo a criar os meus filhos sozinha, mas não aguento mais isto. Eu estou cansada física e emocionalmente, mas não vejo o meu marido com capacidade para aguentar esta relação e em me ajudar num momento em que estou à beira de uma depressão.
Obrigada a todas

Alex

soniamst -
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Desde 22 Dez 2016

Se a sua cunhada vive longe e também é mãe, o que faz ela em vossa casa?
Se você própria reconhece que não está bem, deve procurar ajuda médica (psiquiatra/psicologo).
Quanto ao seu marido certamente não estava à espera que ele deixasse de ser treinador e acompanhar os jogadores a meio da temporada...
"Livrem-se" da sua cunhada, afinal antes só que mal acompanhada, alinhem rotinas entre o casal e você procure ajuda pela sua sanidade mental, os seus filhos precisam de si.

guialmi -
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Desde 13 Jul 2013

Muita calma... está muito sensível, talvez perto de uma depressão pós-parto (ou pelo menos com os "blues" muito acentuados) e não é de forma nenhuma altura para tomar decisões de separação.
Se a presença da sua cunhada está a agravar o seu estado mental e o ambiente familiar agradeçam-lhe a ajuda que deu e digam que já não precisam mais dela. O que conta são coisas normais (o comentário do "solário", dizer que tb não teve leite para os filhos, mesmo o ir tapar com uma manta) mas neste momento sente estas pequenas coisas de forma muito intensa, é natural. Vê como ameaça aquilo que, se estivesse bem psicologicamente, desvalorizaria.
Cuide de si, procure ajuda psicológica, aproveite que vive numa região com um clima maravilhoso e saia de casa o mais possível para passear e apanhar sol. Converse com o marido, sem ataques, e explique que precisa que ele assuma mais responsabilidades na casa e com as crianças. Tudo se vai compor.

Mama do Martim -
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Desde 29 Mar 2010

Só sabe do convento quem lá vai dentro, mas de tudo o que relatou a única situação que me pareceu grave foi a de ter tapado a boca ao seu marido.
Procure ajuda psiquiátrica antes que a situação piore.

Alexandra Valbom -
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Desde 17 Out 2019

Olá a todas, obrigada pelos vossos comentários. Já estou a aguardar consulta de psicologia, porque a OB também me disse que as depressões pós parto existem e temos que cuidar da saúde mental das mães. Isso eu tenho plena consciência. A minha cunhada já não está em nossa casa. Mas, o meu marido continua a achar que ela é uma grande ajuda e que eu sou mal agradecida. Sim, o meu gesto de lhe tapar a boca foi feio e, sinceramente, não sei se tem perdão. Mas, não querendo desculpar me ele viu me em sofrimento, a chorar e começa a gozar e a mandar me beijos e ainda me diz que eu só me interesso por futilidades, tais como demasiadas regras.
Foi preciso um ponto de rutura para ficar com a menina esta noite. Sinto me sozinha e triste. Não conseguimos conversar sem gritos e choro. Não espero que abandonei a equipa a a meio da época, mas estava com uma equipa regional e agora passou para uma nacional, o que implica mais viagens fora. A questão é só tomar decisões unilaterais, sem me consultar. Foi o meu marido quem pediu que a minha cunhada viesse para nossa casa para me ajudar, porque ia ter jogos. Na minha opinião, quis aliviar o estado de espírito dele próprio, precisa sempre desta muleta. E eu também preciso de um companheiro neste momento. Eu fiz de tudo para que os nossos filhos viessem ao mundo, desde cirurgias à endometriose a tratamentos de fertilidade, que ele próprio não queria aceitar.
Todavia, não me vejo a criar filhos sozinha e a alternar fds. Existe amor de minha parte, mas já não sei se existe de parte dele.
Enfim, estou muito triste e desiludida.

Alex

guialmi -
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Desde 13 Jul 2013

Alexandra, precisa de conversar com o seu marido e falar do que sente, mas sem atacar a cunhada (é irmã, mal ou bem dispôs-se a ajudar, é natural que lhe esteja grato), sem o atacar pela atividade de treinador (sim, devia tê-la consultado), sem o acusar de não gostar de si. Diga com objetividade o que precisa dele, que tarefas deve assumir em casa e com os filhos, que atitudes a magoam e não quer ver repetidas. Não exija que ele (ou outras pessoas) faça tudo exatamente como acha que tem de ser feito, mais manta menos manta não vai prejudicar o seu bebé. Se tiverem alguma folga financeira, contratem alguém para tratar da casa ou para ficar com o bebé umas horas.
Não conheço a vossa relação nem o seu marido, mas não tire já conclusões sobre se ele gosta de si ou se a vossa relação está acabada. Não é tempo para isso.

ana_cmagalhaes -
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Desde 18 Out 2019

Olá Alexandra. Antes de mais, um abraço muito apertado. Sou mãe de dois filhos praticamente com a mesma diferença dos seus e ainda que não me reveja na sua situação, sei bem o quão difícil, duro, frustrante e exaustivo pode ser o pós parto com outro filho já cá fora e tão pequeno e dependente.
Lamento pela sua mãe. É filha única ou tem irmãos? Tem amigos próximos? Um círculo de amigos com quem conviva com alguma frequência? Por vezes os amigos são também a família que escolhemos e pessoas mais neutras e com outro prisma das situações e que também nos podem dar algum apoio e amparo.
Quanto à sua cunhada, acredito que o seu marido a tenha ''chamado'' para prestar algum auxílio na ausência dele mas claramente a presença dela só a está a causar-lhe ansiedade. A mania que as pessoas têm em palpitar sobre a vida dos outros é incrível. Que ela queira ajudar, ótimo. Que seja intromissiva e questione as suas opções, é errado. Como é a vossa situação financeira? Acha que seria válido contratar alguém para, por exemplo, fazer o trabalho de casa e você relaxar um pouco e usufruir dos meninos?
Acho que a Alexandra e o marido deviam sentar-se e conversarem, idealmente sem filhos perto. Se algo não estiver a correr como desejariam, ajuda externa é opção? Terapia, por exemplo. E para si, já pensou em procurar ajuda? Um psicólogo/psiquiatra, para se libertar um pouco e também falar sobre aquilo que a angustia?
Quanto ao tapar a boca, por vezes estamos tão frustrados e exaltados que nem pensamos. Não vejo isso como violência doméstica mas um ato irrefletido de uma mãe e e esposa muito cansada. Força querida, precisa de estar bem para também estar bem para os seus filhotes!

Ana Cláudia Magalhães

Adelia_Silva -
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Desde 09 Nov 2023

Olá
Penso que está a passar por uma depressão pós parto e que muito do que está a sentir advém dessa condição,
Ser mãe é muito difícil. São muitas hormonas, muitas mudanças, muita coisa que quem está de fora não tem noção, inclusive o companheiro.
No entanto tenho curiosidade em saber como era a vossa relação antes de estar grávida. Também era assim, sentia da parte dele um desligamento? Sentia que não tinha apoio da parte dele? Ele também a tratava assim, desconsiderando os seus sentimentos?
Não obstante a sua depressão pós parto, convém analisar se a vossa relação já estava saudável antes da gravidez.
Falou várias vezes que não quer a separação, que tem amor por ele e que sente que ele não tem por si. Essa sensação é de agora ou já sentia antes?

Alexandra Valbom -
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Desde 17 Out 2019

ana_cmagalhaes escreveu:
Olá Alexandra. Antes de mais, um abraço muito apertado. Sou mãe de dois filhos praticamente com a mesma diferença dos seus e ainda que não me reveja na sua situação, sei bem o quão difícil, duro, frustrante e exaustivo pode ser o pós parto com outro filho já cá fora e tão pequeno e dependente.
Lamento pela sua mãe. É filha única ou tem irmãos? Tem amigos próximos? Um círculo de amigos com quem conviva com alguma frequência? Por vezes os amigos são também a família que escolhemos e pessoas mais neutras e com outro prisma das situações e que também nos podem dar algum apoio e amparo.
Quanto à sua cunhada, acredito que o seu marido a tenha ''chamado'' para prestar algum auxílio na ausência dele mas claramente a presença dela só a está a causar-lhe ansiedade. A mania que as pessoas têm em palpitar sobre a vida dos outros é incrível. Que ela queira ajudar, ótimo. Que seja intromissiva e questione as suas opções, é errado. Como é a vossa situação financeira? Acha que seria válido contratar alguém para, por exemplo, fazer o trabalho de casa e você relaxar um pouco e usufruir dos meninos?
Acho que a Alexandra e o marido deviam sentar-se e conversarem, idealmente sem filhos perto. Se algo não estiver a correr como desejariam, ajuda externa é opção? Terapia, por exemplo. E para si, já pensou em procurar ajuda? Um psicólogo/psiquiatra, para se libertar um pouco e também falar sobre aquilo que a angustia?
Quanto ao tapar a boca, por vezes estamos tão frustrados e exaltados que nem pensamos. Não vejo isso como violência doméstica mas um ato irrefletido de uma mãe e e esposa muito cansada. Força querida, precisa de estar bem para também estar bem para os seus filhotes!

Ana Cláudia, muito obrigada pelas duas doces e sinceras palavras! É tal e qual.o que descreve o meu estado de espírito. Já tenho consulta de psiquiatria pós parto agendada para amanhã.
O importante é cuidar de mim para poder criar os meus filhos e manter o meu casamento. Foi mesmo um gesto irrefletido, num momento de sofrimento e de desgaste psicológico. Só quem é mãe e esposa, sabe. Um beijinho grande

Alex

Alexandra Valbom -
Offline
Desde 17 Out 2019

Adelia_Silva escreveu:
Olá
Penso que está a passar por uma depressão pós parto e que muito do que está a sentir advém dessa condição,
Ser mãe é muito difícil. São muitas hormonas, muitas mudanças, muita coisa que quem está de fora não tem noção, inclusive o companheiro.
No entanto tenho curiosidade em saber como era a vossa relação antes de estar grávida. Também era assim, sentia da parte dele um desligamento? Sentia que não tinha apoio da parte dele? Ele também a tratava assim, desconsiderando os seus sentimentos?
Não obstante a sua depressão pós parto, convém analisar se a vossa relação já estava saudável antes da gravidez.
Falou várias vezes que não quer a separação, que tem amor por ele e que sente que ele não tem por si. Essa sensação é de agora ou já sentia antes?

Cara Adélia, obrigada pelo seu carinho. Na gravidez dávamos muito bem. Eu fiquei de baixa por gravidez de risco e tudo foi muito fácil, havia tempo para tudo, desde cozinhar, ir às compras, ir buscar o mais velho ao JI, ficar com ele sempre que havia treinos e jogos, enfim tudo. Até mesmo enquanto casal estávamos muito bem a nível íntimo. Mas, agora com uma bebé e um pequeno não é fácil. Daí começarem as discussões. O meu marido sempre me teve como o amparo, agora sou eu quem precisa. Eu não fazia ideia de que existia psiquiatria pós parto e eis que me vejo a precisar. Mas, também preciso de apoio e colo. Beijinhos

Alex

Anuski -
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Desde 24 Fev 2024

Acho que tem ai um processo que já vem de trás, se por ele nem os tratamentos fazia há coisas que não se forçam. Mas agora os filhos já cá estão e respeito é o minimo que ele lhe deve. Têm muito que conversar !

Alexandra Valbom -
Offline
Desde 17 Out 2019

Anuski escreveu:
Acho que tem ai um processo que já vem de trás, se por ele nem os tratamentos fazia há coisas que não se forçam. Mas agora os filhos já cá estão e respeito é o minimo que ele lhe deve. Têm muito que conversar !

Posso me ter expressado mal, o meu marido
quando se apercebeu que a única forma de sermos pais seria através de tratamentos não aceitou de bom grado, porque tudo na opinião dele, é sempre muito difícil na vida dele. Quando lhe disse que ou iniciávamos juntos a saga da infertilidade e aceitávamos esse facto ou nos separavamos concordou em fazer. Aliás, ainda
temos embriões congelados e ainda pensa neles. Eu não quero mais nenhum filho.
Não foi nada forçado em relação a ter filhos , mas sim à forma de alcançar o objetivo. Sim, há de facto muito para conversar. E já terei a consulta de psiquiatria pós parto amanhã para o bem estar familiar. Não fazia a mínima ideia de que existia esta especialidade, nem nunca me imaginei neste contexto. Obrigada

Alex

Alexandra Valbom -
Offline
Desde 17 Out 2019

guialmi escreveu:
Alexandra, precisa de conversar com o seu marido e falar do que sente, mas sem atacar a cunhada (é irmã, mal ou bem dispôs-se a ajudar, é natural que lhe esteja grato), sem o atacar pela atividade de treinador (sim, devia tê-la consultado), sem o acusar de não gostar de si. Diga com objetividade o que precisa dele, que tarefas deve assumir em casa e com os filhos, que atitudes a magoam e não quer ver repetidas. Não exija que ele (ou outras pessoas) faça tudo exatamente como acha que tem de ser feito, mais manta menos manta não vai prejudicar o seu bebé. Se tiverem alguma folga financeira, contratem alguém para tratar da casa ou para ficar com o bebé umas horas.
Não conheço a vossa relação nem o seu marido, mas não tire já conclusões sobre se ele gosta de si ou se a vossa relação está acabada. Não é tempo para isso.

Guialmi, muito obrigada! Sim, neste momento, tudo é uma hipérbole em termos comportamentais. A manta é um exemplo de que a minha vontade enquanto mãe não é respeitada, é o que sinto. Que necessidade existe em me contrariar? Pode e, acredito que não foi por mal, mas a mãe sou eu e estou numa fase de pós parto, com hormonas descompensadas e estou exausta fisicamente. Tive uma cesariana, o corpo não foi "avisado" do parto e é mais uma cirurgia a juntar a outras que já tenho (cesariana anterior e 3 laparoscopias). Ainda bem que conseguimos ter uma pessoa 1 x por semana para tratar da casa, alivia muito! É uma fase em que eu preciso de colo, de mimo, da mãe e irmã que não tenho... Acredito que o meu marido não queira acabar com o casamento, já me disse que sente amor por mim. Agora vou tratar da minha saúde mental, mas creio que depois também terei de o convencer a tratar da dele. Sempre que não me tem a 100% descompensa e defende se a atacar.
Obrigada,

Alex

Joana123 -
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Desde 31 Maio 2016

Olá Alexandra.
Antes de mais, não é nada fácil. Acho que já foi dito tudo de importante, mas queria só acrescentar que nos meus três pós-partos também me ajudou muito tentar relativizar estas coisas. Dizer que o bebé está no solário parece algo que eu própria diria de um filho, os meus filhos sempre dormiram hiper cobertos (o mais novo dorme no saco, de babygrow de Inverno, e por cima tem um lençol, três mantinhas e uma colcha fina), eu sou igual, gosto de dormir com peso por cima. Neste momento estão dezoito graus dentro da sala e o meu filho está de body, babygrow de Inverno, encostado ao meu peito (portanto quente) e ainda temos uma manta grossa por cima. E ele está quentinho mas não está a suar, não está demasiado aquecido, está bem e a dormir. Não é por mal que as pessoas dizem as coisas, nós é que as interpretamos dessa forma muitas vezes (isto falando obviamente de pessoas próximas, não falta por aí quem diga coisas por mal, obviamente). Imagino-me a partilhar esta mesma experiência com a minha cunhada - aliás, a moça ainda nem é mãe e eu já digo estas coisas. Mas também lhe digo, quando o meu primeiro filho nasceu ganhei pó à minha sogra precisamente por comentários desses, e só uns meses depois é que percebi que o problema não era ela, era eu. A boa notícia é que hoje fartamo-nos de rir com isso, eu tresloucada a mandá-la embora de minha casa e ela a pensar que eu não batia bem porque, imagine-se, queria amamentar o meu filho Sorriso Mas hoje são coisas passadas, eu percebo porque é que ela dizia as coisas (fantasmas do passado dela misturados obviamente com uma grande preocupação connosco), ela percebe porque é que eu fazia as coisas, e estávamos ambas cobertinhas de razão na verdade.
Digo sempre às minhas amigas que nem vale a pena pensar em separação antes dos miúdos terem seis meses. As adaptações são muitas e complexas, e digo-lhe também que cá em casa a mais difícil foi precisamente a adaptação à nossa segunda filha, que ainda por cima meteu a pandemia ao barulho. Na altura também gritámos um com o outro, também achei que não íamos superar, também achava que não éramos prioridade, um conjunto de pensamentos que agora olhando para trás percebo que vinham da minha própria angústia, mais do que da postura do meu marido em relação às coisas. Quer nós queiramos quer não o pós-parto é sempre um momento solitário, manter-se a treinar a equipa parece algo que o meu marido faria, não porque não nos ame mas porque é uma mistura de sentir que tem outras responsabilidades com achar que ficar com os miúdos sozinho não é assim tão difícil (e para ele não é mesmo, que é mais descomplicadinho do que eu). Portanto conversem, arranje mais apoio (aqui em casa a ajuda também vinha uma vez por semana e desde que nasceu o terceiro vem três, é uma despesa mas cortámos noutras coisas e é uma felicidade enorme), apoiem-se um no outro e em quem vos rodeia, fale com amigas mães porque de certeza que todas elas empatizam e vá às consultas, ter espaço para si é muitíssimo importante nesta fase. Um beijinho.

Ana Galvão 15 -
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Desde 11 Nov 2022

Acima de tudo, têm de estar unidos.
Se a cunhada já não está, já é meio caminho andado para poderem resolver as coisas a dois. Há coisas que só funcionam a casal, porque é a quem pertencem as decisões e as responsabilidades. Ainda que ela tenha sido uma grande ajuda.
Acho que aqui só gostaria de tocar no assunto dos treinos de basquetebol.
Pelo que percebi, o seu marido dá treinos nos tempos livres ou a part-time. Ele não conseguiria arranjar alguém que o substituisse até ao final da época? (Que já não falta muito).
Um treinador adjunto?
Se ele poder estar mais presente para apoiar, seria o ideal, pois 3x por semana, mais fim-de-semanas (em que sai para fora, por isso, deve ser um fim-de-semana inteiro), e a isto, acrescentar um emprego se calhar de 8h, é muito tempo fora.
Não sei se agora já é tarde para se organizar essa situação, mas eu tentaria que ele estivesse mais disponível para apoiá-la.

Alexandra Valbom -
Offline
Desde 17 Out 2019

Muito, mas mesmo muito obrigada a todas!
Por vezes opiniões de fora, de pessoas completamente alheias e distantes da situação conseguem ter um olhar diferente e mais pragmático.
Sim, é verdade nesta fase de pós parto, tudo me complica com o sistema nervoso e, principalmente de pessoas mais próximas.
Hoje já estive na psiquiatra e mulher que é, e que até passou por tratamentos de infertilidade (infelizmente falhados), disse me que o que preciso é só de uma ajuda para me reorganizar com dois filhos. Quando era só um o tempo fluía e agora só preciso ajustar rotinas. Vou tomar uma medicação muito baixa em termos de efeitos secundários, porque tenho duas crianças para cuidar e criar, mas que me vai ajudar a estar mais bem disposta e a voltar a ser forte como sempre fui. Também me disse que todo o processo de FIV e TEC's pode ter despelotado este estado mais angustiante e ansioso, mas que vai decerto passar.
Foi muito engraçado até, ouvir da própria médica que os homens não têm a nossa percepção, nem capacidade de resiliência, até mesmo o marido dela. 😝😝
O meu marido ficou aliviado de me ter visto pedir ajuda e ainda me pede que fique forte como sempre fui, senão lá se vai o "pilar" da casa.
Mais uma vez, muito obrigada a todas pela vossa ajuda preciosa,para que possa ver esta situação de outro prisma. Fez me muito bem!
Quanto aos treinos de basquetebol vão continuar e eu já nem estou importada com tal, isto porque ficar em casa com alguém que está contrariado e que ainda passa ficar mais frustrado, não me vai valer de nada, a não ser arranjar mais discussões.
O combinado é que depois quando eu precisar também posso arranjar tempo para mim, como retomar o ginásio e jantar uma vez de vez em quando com as minhas amigas. 😃
Um beijinho a todas e fiquem bem

Alex

Anuski -
Offline
Desde 24 Fev 2024

Lembre-o que nem sempre se tem de ser o pilar sobretudo se significar ficar tudo sempre em cima de si, paga-se caro por esse papel e começa por ele continuar a fazer a vida dele a mãe tem direito a um jantar de vez em quando ( acredito que será muito de vez em quando)

sacanita77 -
Offline
Desde 19 Fev 2014

Olá Alexandra! Um abraço apertado! Tente não pensar muito no dia de amanhã, o que vai acontecer no futuro, ... Viva um dia de cada vez! Aproveite o sol, dê passeios com as crianças, passe tempo na natureza, dê pão aos patos, ... Coisas que nos ligam ao mundo exterior! Já passei por uma depressão e é um sítio que não quero voltar! Beijinhos e lembre-se: Vai ficar tudo bem!

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